terça-feira, 22 de maio de 2012

O que deixar de herança?

  Uma conversa ao acaso com um grande amigo de longa data – mais ou menos 12 anos e Deus queria que venham mais anos – me fez refletir em algumas coisas.
  Não adianta, tem gente que se entope de tarefas para se sentir especial, por cima, ou para não pensar no vazio que existe dentro de si... Tentam contar vantagens, ou te fazer acreditar que a vida delas é melhor que a sua própria, daí você para e pensa:
 "Por que sentir inveja se eu não devo viver a vida de outra pessoa? Não farei as mesmas renuncias, não viveria as mesmas falsidades, ou não adotaria as mesmas verdades, não faria as mesmas as amizades, muito menos amizades de interesse escancarados, ou mesmo não faria as coisas que elas fazem para eu estar no mesmo lugar..."
  Digo amizades de interesses escancarados porque lembrei de uma coversa que tive com uma pessoa querida nos tempos de universidade, onde ela me disse que, segundo um filósofo cujo nome não me lembro, todos fazemos amizades por algum tipo de interesse.
  Penso: Que tipos de interesses temos? Temos sim, mesmo que esse interesse seja apenas receber de volta a consideração, ou parte dela, sobre o outro aplicada; ou mesmo receber favores de diversos graus em virtude da existência de uma relação entre os sujeitos amigos; ou mesmo receber de volta um sorriso enviado a esse ser. Já imaginou você sorrir para alguém conhecido e este não sorrir de volta, ignorando o ato de afeto? Pois bem. Todos nós somos grandes interesseiros para esse filósofo, e eu concordo em parte com ele. Mas voltando ao assunto...
  Querem saber? Cada um tem a vida que pode ter. Cada um, no seu tempo; cada um no seu lugar; cada um sendo especial da forma como deve ser; cada um com seu dom especial, com carismas em comum ou não; cada um executando a sua tarefa junto e misturado, longe de estar "cada um em seu quadrado"; cada um respeitando o espaço do outro...
  Sabem, eu nunca fui dessas pessoas que deseja o lugar do outro, sempre quis eu mesma ter o meu lugar, com as responsabilidades que me cabem, de acordo com as minhas capacidades. Ser o contrário seria uma catástrofe, pois como assumir um lugar que não me compete? Não seria sábio de minha parte tomar uma liderança por ganância, mas sim por experiência e capacitação, maturidade. A tática é conhecer e conquistar, não conquistar sem saber o que fazer depois, sem conhecer...
  Isso me faz imaginar um técnico gritando a um jogador "pega a bola, pega a bola!" E o jogador ao resgatar a bola pergunta "Já peguei, e agora? O que eu faço?" Chegar a algum lugar pode demorar e/ou ser fácil, dar um "golpe" pode parecer impolgante e inovador para uma determinada classe, mas sabem o que é difícil de verdade? Manter o que se conquistou, e manter com qualidade. Isso eu aprendi na faculdade de História mesmo. Com a vida perebi que o resultado da ganância, e da burrice - cumplice da ganância -, só leva à morte.
  Bem, assim comecei a pensar melhor sobre os valores que preciso trabalhar em mim para deixar como uma espécie de herança moral à minha filha.
  Se eu quero um mundo melhor eu tenho que começar por mim, porque a partir de mim posso mudar a convivência com o meu próximo, e o meu próximo ser melhor com outros. Por que não?
  Ainda bem que eu ainda tenho amigos assim, capazes de terem conversas descontraídas e que te levem a refletir a vida.
  Agradeço a Deus pela sua vida, amigo.

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