Falar é fácil, difícil é fazer!

   Sabe, hoje vou começar esta postagem com uma frase que escutei da pediatra da minha filha hoje: "Falar é fácil!"

   Falar é fácil quando sua filha não desgruda de você querendo sua atenção todo o tempo. Há sempre quem fale: "Foi você quem a acostumou assim", ou "Você não pode ficar o tempo todo com ela no colo não! Você a acostumou a ficar no colo...."

 Agora me respondam:

1 - Quem é que gosta de ter que carregar a filha pro banheiro para fazer suas necessidades ao som de gritos de desespero da neném, não por causa do cheiro ou do constrangimento, mas porque ela não quer ficar no carrinho enquanto você se alivia? Não é pra rir não, é crítica a situação! Tá pensando que tô passando moleza? rsrsrs

2 - Quem é que gosta de ficar carregando neném dentro de casa para cima e para baixo destruindo a coluna, principalmente quando a neném está pesando mais de 9 (nove) kilinhos?

3 - Venhamos e convenhamos, quem é que gosta de carregar qualquer coisa pesada na mão o dia todo? Imagine uma criança! De vez enquando até vai, mas o dia inteiro?

   Pode crer que todas essas críticas são feitas por pessoas que ou não entendem que não existe uma forma só para todas as crianças que nascem, e que portanto não existe regra única para conduzir o comportamento delas; ou só tiveram filhos que dormiam dia e noite e não tinham personalidade forte (sim, porque as crianças estão nascendo com personalidade formada e de olhos abertos..., literalmente); ou tem experiência com os 50 sobrinhos mas não tiveram de ficar acordados a noite inteira porque a criança não para de berrar no berço.

 

  Eu falei, ou melhor, desabafei tudo isso para a pediatra da minha filha hoje. A coitada virou uma psicóloga para mim na consulta, a pobre! Tentou me dar dicas de como tentar obter algum sucesso com a minha neném, mas ela própria concluiu: "Falar é mais fácil...."

Conheci uma mulher hoje que tem quatro filhos homens, o mais velho 21 anos, o mais novo 1 ano e 1 mês. Isso mesmo! Vinte anos de diferença. Haja coragem, disse eu a ela. Ela me respondeu: "O que pega é a saudade...." Concordei. Imagina, você carente 'a mais de mês', vem o pai do seu terceiro filho e pimba! Faz o quarto. Eita, que situação! Mas deixemos o tico tico no fubá dos outros em paz porque aqui nossa conversa é outra. Eu sei que foi eu quem começou esse assunto, mas eu o encerro agora também.

  Eu sei que as pessoas tentam ajudar e criticam o que lhes parece errado nas atitudes de uma recém mãe, de uma mãe novata, mas como disse a pediatra hoje "Falar é fácil", fazer diferente com o bebê que é difícil, porque um bebê é diferente do outro e pode ter mais ou menos necessidades entre eles.

  Por isso eu pretendo não criticar ninguém que ponha seu filho para dormir na cama junto com os pais para não ter que ficar acordado olhando para o bebê no berço chorando a madrugada inteira. É acostumar mal? É, mas é o único jeito de o cidadão e a cidadã dormirem, e as pessoas parecem não entender isso.

  Tem gente que tá tão cega de preocupação em dar sua ajuda que acaba não ajudando em nada que certa vez, em um aniversário, minha filha dormiu no meu colo. As pessoas disseram:

- Coloque-a na cama e cerque-a com os travesseiros.

Eu disse:

- Gente, se eu fizer isso terei que ficar lá com ela e não vou aproveitar a festa.

Responderam:

- Por que? Ela chora?

- Não é pelo choro, gente! Vocês lembram que ela tem 7 meses, né? - tom de ironia-  Ela rola e engatinha. Sobe nas coisas e pode cair.

Daí vira uma pessoa, por mim muito querida, e fala:

- Ué, você tá acostumando muito mal a garota. Em casa você faz o quê? Fica com ela no colo?

- Não! - respondi intrigada com o tom da pessoa - Eu a deixo no berço!

A pessoa meio desmoralizada vira e conclui a conversa:

- Ah é! Esqueci do berço.

COMO PODE ISSO? Eu hein!

CONCLUSÕES: Quando se está gestante todos parecem virar obstetras, quando se é mãe todos viram pediatras. Mas ninguém quer ser babá durante as noites mal dormidas. "Falar é fácil"

  Outra conclusão que tomo é a seguinte, eu não quero ficar como na figura abaixo (pálida, velha, horrorosa e acumulada no cúmulo do desespero).

Tenha dó!