quinta-feira, 27 de outubro de 2011

A origem do esperto

  Uma mulher, depois que recebe a notícia da maternidade, automaticamente vira seus olhos para tudo o que é infantil. Essa semana comprei três cds infantis: um contando a história da chapeuzinho vermelho, outro da gata borralheira e outro dos três porquinhos. Ouvi os três cds no mesmo dia ensaiando como eu deveria explicar para a minha filha a moral das histórias. A minha primeira conclusão está em torno da história dos três porquinhos que eu chamo de "A origem do esperto".
   Caro leitor, com base na historinha dos três proquinhos, qual é a diferença entre o esperto e o preguiçoso? Pode parecer loucura mas defendo a ideia de que a diferença é mínima.......Observe comigo.
   Os três porquinhos foram morar sozinhos, cada um em uma casa certo? O primeiro construiu uma casa de palha porque era preguiçoso e não queria demorar na construção, o segundo construiu uma de madeira pelo mesmo motivo, o terceiro construiu uma de tijolos por ser "esperto". Veio uma tempestade e destruiu a casa de dois dos três porquinhos que reconstruíram as casas com o mesmo material, a de tijolos resistiu e não foi preciso reparar nada.
    Veio o lobo que soprou e derrubou as duas casas mais frágeis. Espaço para um grifo meu: Haja pulmão! ,de desenho animado ainda por cima, é fora do comum, mas dá certo, se não desse Steven Spielberg estaria falido e não haveria tantas pessoas se sentindo deprimidas pelo fim do castigo, ou melhor da história de Harry Potter......
   Mas voltando ao assuntos dos três porquinhos..... Depois que o lobo saiu praticamente com asma e foi pro pronto socorro fazer uma nebulização, os dois porquinhos, considerados desde o início preguiçosos, tiveram de construir a casa deles pela terceira vez só que mais resistente. Pergunta: Quem foi o porquinho mais preguiçoso o que construiu a casa de palha, o da casa de madeira, ou o da casa de tijolos? Respondo: O da casa de tijolos. E justifico.
   Repare que os nossos considerados anti exemplares porquinhos preguiçosos, mesmo sabendo que suas casas eram frágeis e que teriam de reconstruir suas casas toda vez que rolasse um acidente, optaram em se dedicar menos pra fazer mais rápido, enquanto o da casa de tijolos fez uma vez só pra não ter que voltar no mesmo serviço. Quem optou em trabalhar mais nada mais foi que um não preguiçoso para o trabalho braçal e como nós não gostamos de trabalhar os chamamos de "porquinhos burros", tapados! Quem gosta de trabalhar na mesma coisa mais de uma vez? Nós sempre temos uma coisa ou outra que fazemos no melhor estilo meia boca e depois precisamos voltar no mesmo serviço pra realizar algo que já deveria estar pronto. Logo, nós somos não preguiçosos tapados por não gostar de repetir serviços mas insistir pra que isso aconteça.
  Entretanto, o porquinho que fez sua casa de tijolos pensando em não ter que trabalhar mais nela caso ocorresse um acidente como tempestades e lobos metidos a super men com o super sopro Catrina, é o porquinho preguiçoso para o serviço braçal. Esse é o porquinho com o qual nos identificamos mais pois não gostamos do trabalho braçal, em compensação temos preguiça de realizar determinados serviços, coisa que o porquinho dos tijolos não tem. Logo, o consideramos esperto por fazer seu trabalho bem feito e pela ausência da preguiça. E vejam só, me peguei admirando um porquinho, um porquinho herói que construiu uma casa capaz de provocar ataque cardíaco em um lobo soprador.
   Na história aqui tratada o objeto de construção é uma casa, mas quantos de nós deixamos roupas, brinquedos, objetos, e tantas outras possíveis e/ou impossíveis coisas espalhadas pela casa com a intenção de trabalharmos depois para organizar a parada? Ou passamos a roupa mais ou menos e descobrimos que precisa passar de novo porque não ficou bom? Ou acumulamos louça na pia da cozinha quando podemos lavar o que sujamos pra não sobrecarregar o outro que sente preguiça tal como nós?
   O verdadeiro esperto é aquele agiliza tudo agora por preguiça de trabalhar depois. A diferença entre o esperto é o preguiçoso é que este último não quer fazer agora mas terá que fazer em algum momento mesmo equerer, e o esperto faz agora pois não quer fazer depois. Um só pensa no presente e quer evitar o futuro, enquanto o outro vive o presente e pensa em um futuro alforriado.
   Espero poder ensinar isso à minha filha com êxito, não quero que ela seja preguiçosa como sou!
    Mas, alguém sabe dizer qual é a original moral dessa história? É que eu esqueci e preciso de um plano B caso esse venha a falhar!

Um comentário:

  1. Pow.... De duas uma: Ou ninguém lê meus posts e estou carente de afeto, ou ninguém sabe a moral original da história dos três porquinhos!

    ResponderExcluir

Obrigada pela sua participação e tenha uma boa noite de sono!!!