sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Momento esposa novata

  Ontem à noite não teve jeito, a louça que estava se acumulando na pia estava lá, sem deixar espaço para mais louças sujas chegarem. A pia estava cheia e à medida que o tempo passava se tornava menos atraente, mesmo assim tive de encarar a mocreia.
   Como tudo tem o seu lado positivo, tive tempo de sobra para pensar e tive um momento "Fantástico mundo de Bob" enquanto vivia minha realidade esposa novata e me perguntava sobre a quantidade de louça na pia a cada 3 dias. Imaginei que se duas pessoas fazem tanta sujeira assim imagina uma família com muitas pessoas.
   Eu não tenho uma família grande, mas conheço uma família numerosa e cheguei à conclusão do porque eles não almoçam todos reunidos na mesma mesa. Vejamos:
   Minha família é composta de três pessoas, sendo uma bebê. Meu marido e eu jantamos juntos sentados à mesa. Lindo né? Mas ao terminarmos um dos dois é que levam os pratos para a pia, e advinha, quem leva lava. É praticamente uma "Guerra Fria" para resolver quem leva os pratos para a cozinha. Guerra Fria porque não é uma guerra declarada, é uma guerra de olhares e técnicas evasivas pra se ausentar da mesa sem que o outro perceba a tempo de se levantar primeiro, entenderam?
   Fiquei imaginando uma família numerosa sentada à mesa. Vamos imaginar com umas oito pessoas e o último a sair leva e lava a louça. Já pensou nas técnicas evasivas, a "Guerra Fria" que não seria? O primeiro a acabar se abaixando para sair sorrateiramente pela esquerda, enquanto o segundo finge atender o telefone; o terceiro fala que vai ao banheiro e nunca mais volta; o quarto fala que vai sair pra comprar cigarro sem ser fumante; o quinto dizendo que está exausto porque trabalhou o dia inteiro; o sexo simplesmente desaparece, é o artista da família, o mágico; o sétimo pedindo pra "quebrar essa aê"; e finalmente o oitavo, o trouxa lava louça.
    Eu passei a entender aí porque qu muitas famílias não almoçam ou jantam todos sentados à mesa. Se cada um come em um canto da casa de três uma: ou a pessoa que acaba larga o prato na pia sem que ninguém possa afirmar que aquele prato foi o dele, ou larga o prato em qualquer lugar da casa pra quem arrumar achar e ter que lavar o prato, ou, por fim e menos provável, leva o prato e só lava o seu. Esse último não teria tanto trabalho mas não daria mais trabalho. O típico  cada um com seu cada um e as panelas é que se virem.
    Quando se é uma esposa novata, a ficha vai caindo que vem o pacote completo: "esposa, dona de casa, mãe e pessoa". A diferença é que ser pessoa todos estamos acostumados a ser, mesmo que tenha gente tentando ser ainda. Ser esposa é legal, a gente aprende rápido. Ser mãe é automático e superior a definições, a gente simplesmente é. Agora ser dona de casa, principalmente quando o marido não pode dar aquela força na cozinha porque está machucado (como foi o meu caso), "ai, ai, ai, ui, ui" - como diz o Silvio Santos.
    Uma colega me disse certa vez que já é dona de casa porque vive só ela e a mãe idosa. Minha gente, experimente ser dona de casa onde moram você e outra pessoa diferente de sua mãe. Se minha mãe estivesse aqui em casa comigo, essa louça nunca, nunquinha iria me ameaçar dessa forma. Eu não fugiria de lavar a louça, mas não tantas.
    Senti a pressão ontem quando eu olhei para a pia que me encarava já a alguns dias tentando me seduzir sem sucesso algum. Minha vontade era de sair correndo, mas permaneci firme! Outra coisa que pensei foi em jogar inseticida pois eu temia o que poderia sair dali.... Lembrei da história que contei em outra postagem "A origem do esperto". Minhas falhas, ou melhor, as minhas preguiças fizeram eu me sentir como aqueles dois porquinhos desse meu post mais antigo. Vocês lembram?
    "Só sei que foi assim" e devo terminar aqui porque minha filha acordou. Depois continuarei a compartilhar com vocês os meus momentos de esposa novata.

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